terça-feira, 29 de junho de 2010

A vida que se fica

Hoje, como não é muito de costume, parei para apreciar a vida.

Como as pessoas são raras em seus movimentos singelos e que as definem como seres de personalidades únicas. Paradas são puro mistério, em movimento se transformam em corpos pulsantes, cheios de energia sem um direcionamento certo.
Percebi, pela centésima vez, como o simples da grandiosidade da nossa existência é belo. Senti, como vez ou outra sinto, o quanto de vida há dentro de mim, nos outros, nos meus. E como eu queria que todos no mundo sentissem isso também.
Apreciei um simples fim de tarde no domingo. Ele dizia "até logo" aos seres que se aproveitavam de sua despedida, despretensiosamente, e nem imaginavam que eles também compunham aquele filme em câmera lenta que se passava pelos meus olhos revigorados. Eram crianças a brincar, cachorros em busca de carinho, homens e mulheres mantendo papos puros e demorados só pelo fato de estarem juntos. E o mar, assim como eu, a os observar. Esqueceram do tempo, da época, pouco importava o ano. Aquele momento era algo paralelo, pertencente somente a vida e a quem a vivia. E de maneira branda fui deixando aquele local, mas todos permaneceram ali, e em mim. Nem sempre me lembrarei disso, mas o visto permanecerá pronto para ser despertado.

E de apreciar a vida, aprenderei a viver.