Mariana morava em uma cidade grande, repleta de pessoas por todos os lados, porém vivia sozinha em seu mundo fechado. Pobre Mariana, queria apenas uma companhia.
Passou muito tempo a procura de um par perfeito, em uma cidade onde tudo era defeito. Um dia, então, achou um tal de Fulano. Tiveram bons momentos juntos, e até que foram felizes. Mas Fulano se encantou por outra Beltrana e largou Mariana. E ela voltou a ficar só, sem ninguém naquela cidade ao seu redor. Cruzou então com outro Fulano em sua vida, foi uma furada sem medida. Pobre Mariana, sempre se engana.
Deixou de lado essas preocupações de companhia e foi ocupar-se com seu futuro. Arrumou um emprego, ganhou seu dinheiro, se mudou da cidade grande para uma de menor tamanho, porém mais aconchegante. Passou meses trabalhando, aprendendo, se aprimorando. Não queria mais saber de Fulanos.
Pobre Mariana, não sabia o que era ser amada.
Certo dia, passou perto do armazém mais próximo e comprou milho, sal e manteiga. A partir de então, decidiu que sua vida ia ser trabalhar e assistir filmes na sua Televisão 29 polegadas com pipoca e guaraná Antarctica. Pobre Mariana, não tinha a vida que queria. Até que encontrou mais um fulano, bonito e inteligente que jogou todo o seu charme e a conquistou facilmente. O que ela não imaginava era que esse Fulano tinha várias Beltranas em diferentes cidades. Pobre Mariana, ficou sozinha de novo e a única companhia que tinha era o som de seu choro.
Um dia, Mariana decidiu que nenhum Fulano ia magoá-la novamente, e assim, saiu conquistando todos os fulanos que apareciam em sua frente! Pobre Mariana, não tinha mais uma reputação. Decidiu então, que naquela cidade não ficava mais não. Mudou-se para sua cidade Natal, bem distante da sua primeira capital. Bem de vida, com dinheiro e saúde, montou seu próprio negócio e passou a administrar seus ganhos. Mariana, apesar de jovem, já possuía bens tamanhos.
Com o tempo, apareceu mais um fulano. Mariana achou que era amor e logo se declarou. Fulano a fez muito feliz, até o dia em que montado em uma Paraty deu o fora e levou toda a sua fortuna. Pobre Mariana, não agüentava mais sentir o cotovelo doer. Sem um tostão no bolso e sem um fulano do lado, estava só mais uma vez. Resolveu que se nada tinha, e ninguém tinha, queria mesmo era ser feliz sozinha. Levantou, sacudiu a poeira, e aos poucos tentou dar a volta por cima. Cuidou de conseguir se restabelecer e logo foi viver.
E Mariana viveu, viveu tanto, tanto, mas tanto, que o peso da idade chegou e ela nem sentiu. Se via sentada em uma cadeira de balanço, e ao seu redor um monte de crianças a gritar de uma vez só: Vovó Mariana, conta aquela história! É que numa dessas, Mariana encontrou Miguel e a história assim, pôde ganhar um fim!