sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lolitta a espreitar

Lolitta havia tempos que não se arrumava tão bem. Sempre com o melhor perfume, o melhor vestido e o melhor olhar. Sabia de que horas e aonde deveria estar. E lá estava ela, só a espreitar. Benjamim nem desconfiava, passava reto, faceiro, sempre a cantarolar. E ela ardia em paixão, se segurava toda, quase sempre deixava cair o coração. Benjamim tinha pressa, a pressa dos trabalhadores e batalhadores!
E foi assim, por um, dois, três, quatro anos. Lolitta sempre a espreitar, Benjamim sempre a passar.
Até o dia em que Benjamim resolveu se casar. Foi um rebuliço na pequena cidade de Lolitta. Reboliço maior foi o que teve em seu coração. Passou dois dias de cama. Nesse tempo ela nem ouviu Benjamim passar. Ah Lolitta, guardou esse amor e assim ficou.
Benjamim se mudou com a mulher e os filhos. O amor que sentia por eles era muito para aquele lugar.
Mas, da pequena cidade levou um olhar. O da pequena moça que ficava sempre a lhe espreitar.